sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A semana (01/10-07/10)

Finanças

Algumas ressalvas. A primeira é que 1% ao mês bruto até que é possível hoje, mas 1% líquido já complica bastante. É possível conseguir esse 1% bruto com CDB que pague 100% do CDI, como dito no texto, porém, essa taxa pode ser difícil para aplicações mensais de R$ 563. No Sofisa Direto ou outro banco online do tipo (CDB Direto do Ficsa, por exemplo) é possível, mas há a questão do risco de crédito, já que, em algum momento, o valor superará os R$ 70 mil garantidos pelo FGC. Outra questão é que R$ 20 mil é bastante dinheiro hoje, mas tem a inflação. Supondo inflação de 5% ao ano, R$ 20 mil daqui a 30 anos valerá R$ 4.627,55 e daqui a 65 anos (último ano do período de vida esperado) R$ 838,93. Isso tudo sem lidar com o imposto de renda.

Fiz alguns cálculos para corrigir os dois principais problemas, o imposto de renda e a inflação. Corrigindo pelo imposto de renda, o valor da aplicação não muda muito, indo para R$ 662,40. Corrigir pela inflação, porém, muda mais radicalmente. A maneira que fiz foi utilizar uma taxa real, considerando inflação anual de 5%. Levando em conta o imposto de renda e utilizando taxa real, cheguei no valor de R$ 3.009,91. Ou seja, para obter renda de R$ 20 mil a preços de hoje entre os 60 e os 95 anos, é necessário poupar R$ 3.009,91 mais a inflação (ou seja, no primeiro mês, a poupança nominal é de R$ 3.022,17 e assim sucessivamente).

Para quem não entendeu a conta inicial para chegar nos R$ 563,00, uma pequena revisão de matemática financeira. O primeiro passo é calcular o valor presente de 420 pagamentos mensais (35*12) de R$ 20 mil à taxa de 1% a.m., o que equivale a R$ 1.969.376,63. Em seguida, calcular o pagamento mensal necessário para chegar ao valor futuro de R$ 1.969.376,63 partindo de valor presente nulo, no período de 360 meses (30*12) e com taxa de 1%. As minhas contas são mais complicadas e requerem uma planilha. Antes de disponibilizá-la, preciso checar se as contas estão certas e simplificar, mas acho que são esses os resultados.

Há ainda a questão do imposto de renda para taxas reais, apontanda nesse blog e aqui analisada. Dá para levar isso em conta, mas acho que com uma inflação de 5% o efeito não é muito grande. Quando puder, posso fazer essa conta.

Confissões de um gerente de banco… - Esses dias teve uma reportagem de TV sobre call centers com o mesmo tema, mas agora sequer lembro em que canal passou.

Economia

Envy Solves The Allais Paradox – Texto sobre funções utilidade absolutas e relativas

Steve Jobs
The business of Apple wasn't politics – Estive procurando essas informações por algum tempo. Um grande mérito da Apple (e de Jobs, por consequência) é de não buscar grandes conexões com o governo, preferindo lucrar atendendo aos consumidos do que procurando favores em Washington. Nesse sentido, melhor que a Apple seja a empresa mais valiosa do mundo do que a Exxon.




Nobel de Economia
Segunda-feira, sairá o Nobel de Economia de 2011. Nas apostas, Alvin Roth está em primeiro seguido de perto por Robert Shiller. Na lista da Reuters que já circulou bastante, há seis candidatos em pares. Cristiano Costa também preparou uma lista. Não faço ideia de quem vai ganhar, mas acho que Eugene Fama mereceria ganhar o Nobel. Se não por outro motivo, porque (por assim dizer) inventou um ótimo jogo (testes da eficiência de mercado), jogou esse jogo, criou e mudou suas regras, muitos foram jogar com ele e estão até hoje jogando e, na minha opinião, ficarão jogando para sempre (mudando as pessoas, é claro). Mesmo quem não goste da HME deveria reconhecer que isso é um mérito e tanto. O modelo de três fatores também é muito influente, grande parte das análises de retornos de longo prazo utilizando esse modelo ou adaptações dele. Mas acho que ele não leva esse ano. Confio no discernimento do júri sobre o real significado da HME, mas não acho que o prêmio será dado para a área de Finanças e muito menos para a de mercados de capitais. Cristiano Costa citou ainda Jensen, que também tem trabalhos importantes, mas (na minha opinião) Fama deveria estar na frente dele na fila. Acho mais provável que Shiller leve. Se o comitê sente pressão popular, Fama seria uma escolha altamente impopular, enquanto Shiller seria mais saudado por ser antimercado. Ao menos na área de Finanças, Shiller é muito menos influente do que Fama: ele é uma boa escolha para o Nobel, não acharia ruim que levasse, mas também acho que Fama deveria estar na frente na fila. Por fim, é capaz que o Nobel dê o prêmio para os dois, que estudaram o mesmo tema, mas têm opiniões bem diferentes. Em 1974, F.A. Hayek ganhou junto com Gunnar Myrdal, que depois criticaria o Nobel por premiar “reacionários” como o austríaco.

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